Abraço Em Tom De Azul - Manuela Pinheiro



Ele voltou, abriu a porta, olhou fundo nos olhos dela e disse: desculpe, precisei ver seu amor morrer para saber que é hora de ir. Calmamente, recompôs-se. Está na hora de nascer. E então, o amor brotou no coração dela diante daquele olhar profundo. Morrer? Que nada. Quem disse que a morte é o fim? Sorrateiro, o amor sorriu e pediu desculpa à alma dela por insistir em brincar. Entendeu-se, então, o que morre realmente não volta. O que volta é muito maior. A pele arrepiou, ela deixou uma lágrima cair. Ela abraço-o, firme, e agradeceu calada por ele ter voltado. Ele agradeceu calado, não a ela, mas ao amor, por insistir em brincar.