Side effects for goers - Christopher St. Leger
Seus dias e suas noites eram fadados à direção do táxi. Ganhava o salário pouco que era totalmente destinado a sua família. O tempo ao lado dos filhos era no domingo de tardezinha. Os prazeres da esposa ele tinha de forma muito rápida, sem inovações. A benção do seu velho pai ele apenas conseguia nos poucos almoços que conseguia fazer na sua casa. E, com toda essa distância e brevidade, acabava por se achar sem família. Ele sabia mais dos passageiros do táxi do que dos seus familiares. E quem disse que isso o angustiava? Gostava do trabalho de condutor, conselheiro, ouvinte e informante do clima e pontos turísticos para os viajantes.
Encontrava nos passageiros o perfil de pessoas que queria na sua família: aquele que não espera seu dinheiro, mas sua palavra; que não pede explicações da sua rotina, mas que conta a própria rotina, sem rodeios. Os passageiros eram a sua família... E imagine que família grande ele tinha! Riu e acelerou para passar no sinal que acabara de ficar verde.
Parece que houve uma pesquisa neste micro conto... isto que você descreveu lembra mesmo os diálogos que já ouvi com os taxistas por onde já viajei... Ótima percepção ^^