Room in New York - Edward Hopper
Tanto tempo juntos esgotou o enlace do romance entre eles,
aquele gostinho bom da surpresa ao longo do processo de conhecimento mútuo.
Agora, conhecendo-se tão bem, já não havia mais nada que os excitassem como
antes. Então, um filho parecia bastante conveniente para quebrar o cotidiano.
E, como num passe de mágica, tiveram um filho. As experiências de pai e mãe
nutriram mais os desafios de casados... Porém, o que eles não haviam pensado
antes era o fato de um filho ser para sempre, não como um objeto para sair da
rotina, mas como um ser que os forçaria a criar uma rotina fixa.
Com o tempo, perceberam que não nasceram para serem pais.
Infelizes, a única solução foi o divórcio. Com cotidianos diferentes, deram ao
mundo mais uma criança com pais separados.
Nestes casos o que mata um casal é o conceito errôneo, a meu ver, do casamento. Quem sabe vivendo separados seria menos entediante. Casamento é um contrato, uma parceria, uma sociedade. Pode haver amor, pode haver paixão, mas não está vinculado e nem é obrigatório, muito ao contrário.