Ezquizofrenia II - Denis Nuñez Rodríguez

“Sabia que eu não permito que ninguém toque em você? Você deveria parar de surtar comigo, deveria me agradecer. Estou te protegendo, sabia? Hein, sabia? Pare de falar alto, ninguém precisa saber que estou do seu lado. Mas, olhe bem, eles são pessoas ruins; eles não podem tocar em você, por isso eu estou aqui... Sim, sim, eu estou aqui para te mostrar o quanto eles são ruins...”. Essa voz não se rendia aos altos lamentos da mulher. De fato, mesmo andando entre multidões, ela nunca sentiu alguém esbarrar nela. Todos se afastavam, não porque ela estava protegida como aquela voz bem repetia, mas porque todos sentiam repulsa e medo diante de uma mulher que falava sozinha, aos gritos, implorando para que a deixassem em paz. Ninguém entendia sua esquizofrenia. Ninguém, assim, poderia ajudá-la. E ajuda era o que mais ela precisava.