Close your eyes - Wlodzimierz Kuklinski

Virou as costas. Retornava para o presente. Mas ficou sentindo os olhos do passado a acompanhá-la. Insistentes e pesados olhos. No caminho do retorno, ela se sentiu triste, extremamente pesada, como se cada passo tivesse que levantar toneladas de ressentimentos do passado. Este que a culpava por não ser o presente e que dizia que, não importava o futuro, sempre estaria presente. Ela, que não tinha culpa alguma, continuava na luta do passo-a-passo. Todos esses ressentimentos frutos da falta do entendimento de um fato: todos eles – passado, presente e ela – eram brinquedos da Vida. A Vida que brinca sem dó.