Painting Woman 2 - Robert James Henry

Batia, sim. Mas com justificativa. Para o marido, a maior das belezas era os olhos assustados de sua esposa a chorar. O desespero preso dentro da íris daquela mulher o encantava. Por isso, as violências diárias – por amor à arte. Mas, por amor a si mesma, a esposa lutou contra o choro. Petrificou seu olhar, impedindo o mínimo brilho de lágrima de aparecer. O marido, desesperado, sem sua dose diária de fascinação, aumentou as pancadas. Mas em nada surtia efeito. Amargurado, parou de bater. Usando todo seu vandalismo, ela destruía os encantos do marido e permanecia marmórea. À medida que a bela arte plástica do homem falecia dentro da alma da mulher, esta ressuscitava.