El vendedor de flores - Diego Rivera

Era pesado seu trabalho. Confundia-se com um anjo terreno: carregava nas costas, dia após dia, demandas de sonhos, de desejos, de ousadias, de desculpas, de perdões, de pedidos, de convites, de felicitações, de bênçãos e tantas outros anseios.  Apesar de tanto, sentia-se leve como uma abelha que poliniza as flores – ele polinizava os humanos. Cada flor cultivada e carregada era entregue como uma semente de luz para as vidas que se permitiam sentir a maciez das pétalas ou cheirar os simples aromas. Fosse visto ou não como um bom emprego, ele era grato por ser um árduo floricultor de sonhos.